Nova pesquisa mostra que é possível identificar o Alzheimer com décadas de antecedência

Nova pesquisa mostra que é possível identificar o Alzheimer com décadas de antecedência

Pacientes com a doença têm níveis mais baixos de utilização de glicose no cérebro do que aqueles com funções cognitivas normais, e essa queda nos níveis po


Pesquisadores da Escola de Medicina Monte Sinai, em Nova York, nos Estados Unidos, descobriram que pacientes com Alzheimer podem conseguir identificar a doença décadas antes de ela começar a manifestar os primeiros sintomas, o que dá uma nova perspectiva para os tratamentos clínicos. O estudo foi publicado nesta segunda-feira (28) no jornal especializado Translational Neuroscience.

Os médicos do centro médico descobriram que os pacientes com a doença têm níveis mais baixos de utilização de glicose no cérebro do que aqueles com funções cognitivas normais, e essa queda nos níveis pode ser identificada com até 20 anos de antecedência ao primeiro sintoma do Alzheimer.

O estudo observou cobaias animais, ratos que foram geneticamente modificados para desenvolver a doença. Os pesquisadores descobriram que as mitocôndrias desses animais - são células cerebrais tidas como as “usinas” da nossa mente -, responsáveis por transformar a glicose em energia, começavam a ficar defeituosas justamente quando conseguiam detectar a presença da proteína beta-amilóide, ligada à doença.

Passado o equivalente a 20 anos humanos, os ratos com metabolismo energético comprometido começaram a apresentar os primeiros sintomas do Alzheimer, como a perda de memória e outros problemas cognitivos.

“Essa evidência nos ratos valida a teoria de que o diagnóstico do Alzheimer pode ser resultado de uma danificação na produção energética celular no cérebro”, afirmou o autor do estudo Giulio Pasinetti. Para ele, o fato de se poder identificar a debilitação das mitocôndrias tão cedo pode ser um grande passo no tratamento da doença.

“Essa descoberta pode revolucionar a forma como nós intervimos (nos pacientes)”, disse Merina Varghese, coautora do estudo. “O estudo abre espaço para o desenvolvimento de novas prevenções e terapias para humanos visando a evitar um eventual aparecimento dos sintomas do Alzheimer, mesmo enquanto eles (os pacientes) ainda têm todas as funções cognitivas normais”, afirmou.

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