Dia internacional do café: Cafeína pode tratar Alzheimer
Estudo da Universidade de Coimbra refuta ideia de que a cafeína propricía doenças cardiovasculares
A propósito do dia internacional do café, que se comemora na próxima quarta-feira, investigadores e especialistas do Centro de Neurociências da Universidade de Coimbra lançaram um número especial do «Journal of Alzheimer’s Disease» (JAD).
O estudo publicado pelo grupo, no qual participaram os maiores especialistas internacionais, demonstra os benefícios do café no tratamento de doenças como Alzheimer, Parkinson e depressão.
O grupo liderado por Rodrigo Cunha, que se dedica desde 2001 à investigação dos efeitos da cafeína nas doenças de memória, vem assim contrariar a ideia de que o café pode ser nocivo para quem sofre de doenças cardiovasculares.
Segundo o investigador, os estudos realizados em modelos animais demonstram que «doses moderadas de café consumidas de modo crónico apresentam benefício, diminuindo os problemas associados a percas de memoria». O mesmo comprovaram em relação à depressão e diabetes.
«Estudos feitos em populações humanas, de natureza epidemiológica, quer estudos em modelos animais têm convergido a concluir que o consumo de doses moderadas e contínuas de café, sobretudo de um dos princípios ativos, a cafeína, parece apresentar benefícios em termos da evolução de varias doenças crónicas¿, acrescenta.
Rodrigo Cunha explica que o seu grupo conseguiu identificar aquilo que cacredita ser «o alvo molecular que é actuado pela cafeína, que é o receptor da adnosina A2A».
Acrescenta também que desde há alguns anos se comprovou uma associação benéfica entre a ingestão de café e a diminuição dos efeitos da doença de Parkinson, e que estão prestes a entrar no mercado medicamentos a partir da cafeína.
«Isto abre uma janela de oportunidade para utilizar fármacos, agora muito mais selectivos, para interferir com aquele alvo molecular, para serem aplicados em clínica», concluiu.