Lusos criam projeto para diagnóstico de Alzheimer

Lusos criam projeto para diagnóstico de Alzheimer

O Instituto Superior Técnico (IST) está a desenvolver um projeto sobre o diagnóstico da Doença de Alzheimer na sua fase inicial. Chama-se Doença de Alzheimer: Análise de Imagens e Reconhecimento e pretende estudar as alterações que a doença de Alzheimer e o Défice Cognitivo Ligeiro provocam no padrão cerebral que se observa com técnicas de neuroimagiologia.


Segundo Margarida Silveira, docente do IST, a iniciativa pretende "ajudar os médicos no diagnóstico de Alzheimer na sua fase inicial de desenvolvimento, designada por Défice Cognitivo Ligeiro, travando-o assim para um estado mais avançado".

O objetivo "é desenvolver técnicas automáticas que permitam auxiliar os médicos na interpretação do avanço desta doença".

Neste estudo, as ferramentas usadas são técnicas de aprendizagem automática (ou machine learning) que permitem aos computadores identificarem de forma automática quais os padrões das imagens que melhor permitem discriminar entre imagem de doentes de Alzheimer, de doentes com Défice Cognitivo Ligeiro ou normais de controlo.

 

Numa primeira fase, estas técnicas aprendem a fazer essa discriminação a partir de imagens classificadas manualmente por especialistas, e numa segunda fase, podem ser aplicadas a novas imagens (para as quais não existe classificação) e efetuar previsões de qual a classificação ou diagnóstico a atribuir.

Em Portugal estima-se que existam cerca de 150 mil pessoas com demência, das quais 90 mil sofrem de Alzheimer.

Os números têm tendência a aumentar, devido ao envelhecimento da população.

O fator mais importante que contribui para o aparecimento da doença é a idade. No entanto, há estudos que mostram que há outros fatores com o sexo, genética e nível de educação, que determinam também o aparecimento da doença.

Pessoas com maior nível de educação têm menor probabilidade de desenvolver a doença assim como há uma maior incidência em mulheres do que nos homens: "A pessoa com Alzheimer começa a sofrer perdas de memória, desorientação e a sentir dificuldades de raciocínio. No entanto, na fase mais precoce, designada por défice cognitivo ligeiro, estas características não a impedem de realizar as tarefas normais do dia-a-dia, sendo, por isso, difícil fazer a sua deteção. Torna-se, portanto, crucial o diagnóstico numa fase mais inicial através de uma avaliação clínica completa que inclui a realização de testes neuropsicológicos e de neuroimagem", acrescenta a investigadora, em comunicado.

  1. Nome: